O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) pretende triplicar o valor dos empréstimos para capital de giro de pequenas e médias empresas no segundo semestre deste ano. Pelos critérios adotados pelo BNDES, são considerados de pequeno e médio porte empresas com faturamento anual de até R$ 300 milhões.
A ideia da nova gestão do banco, liderada pelo economista Paulo Rabello de Castro, é aumentar os desembolsos nessa linha de crédito, que hoje somam pouco mais de R$ 4 bilhões por ano, para cerca de R$ 12 bilhões.
Nessas operações, o dinheiro é do BNDES, mas os empréstimos são operados pela rede bancária, sobretudo pelo Banco do Brasil, com quem o presidente do BNDES já está discutindo o assunto.
Rabello e o presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli, se encontraram nesta semana. O objetivo é que os dois trabalhem juntos para oferecer às empresas recursos que já têm à disposição, tentando reanimar a economia.
A oferta de capital de giro pelo BNDES aumentou durante a crise. No ano passado, a ex-presidente Maria Silvia Bastos Marques anunciou que elevaria para R$ 10 bilhões a dotação de recursos para esse tipo de empréstimo.
Neste ano, a instituição abriu a possibilidade para que grandes empresas também tomassem esse tipo de crédito no banco, em uma linha direta com o BNDES no valor total de R$ 5 bilhões.
A avaliação atual, porém, é que os empréstimos não deslancharam. Os números efetivos ficaram muito abaixo do que o banco tinha disponível para emprestar.
Rabello de Castro assumiu o BNDES após o pedido de demissão de Maria Silvia, há duas semanas. A executiva vinha sofrendo críticas de empresários, que reclamavam de dificuldades para ter acesso aos recursos do banco.
Diferentemente das linhas tradicionais do BNDES, destinadas a compra de máquinas e outros investimentos, os empréstimos para capital de giro são de curto prazo e têm como objetivo dar fôlego financeiro às empresas para tocar atividades rotineiras.
A taxa de juros é mais elevada, e instituições bancárias do setor privado costumam competir por esse mercado.
A avaliação no BNDES, porém, é que as empresas precisam de oxigênio neste momento de dificuldade, e não importa com que carimbo os recursos entram nas empresas, porque no fim podem gerar resultados positivos para a economia como um todo.
O endividamento das empresas é um dos gargalos que travam a recuperação da economia e a retomada do investimento, dizem economistas.
Na 4ªf passada (7), a Caixa anunciou que pretende liberar R$ 1 bilhão em recursos de capital de giro para empresas de pequeno porte. Parte do dinheiro virá do BNDES em operações em que a Caixa apenas repassa o crédito.
Para ajudar na captação de potenciais clientes, o banco fez um convênio com a CNI (Confederação Nacional da Indústria), que indicará empresas que possam ser atendidas pelas linhas de crédito.
A ideia é informar empresários sobre a existência de recursos disponíveis em instituições oficiais. A Caixa também espera ajuda da CNI para deslanchar empréstimos para investimentos em máquinas e equipamentos, cujos recursos são do BNDES.
Fonte: Folha de S.Paulo